quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Quais foram as piores epidemias da história?

Peste negra matou um terço da população européia no século 14

Quando se fala em quantidade de pessoas que morreram em um curto espaço de tempo, a pior epidemia foi a da peste negra, que assolou a Europa e a Ásia no século 14. Também conhecida como peste bubônica, a doença apareceu em 1348 e, em dois anos, matou um terço da população européia (estimada em 75 milhões de pessoas). A peste é transmitida por uma bactéria, que tem como vetor a pulga do rato. A vítima é picada pelo inseto e o patógeno entra no sistema sanguíneo. De lá, ela pode se alojar nos gânglios, criando os bulbos, mas também pode ir para o sangue, criando uma infecção generalizada, ou ainda comprometendo os pulmões. Quando a bactéria era responsável por uma pneumonia, passava a ser expelida pelas secreções e a doença era transmitida de uma pessoa a outra, facilitando sua disseminação. "A mortalidade foi grande porque, na época, não havia antibióticos e a população não entendia como a bactéria se disseminava", explica o infectologista Stefan Cunha Ujvari. O médico ainda conta que a bactéria nunca desapareceu, mas depois de varrer a Europa continuou vivendo nos ratos e, de tempos em tempos, causava pequenos surtos da doença. Até hoje é possível encontrar a peste bubônica em algumas regiões do mundo, mas atualmente ela é facilmente curada com a ajuda de antibióticos.

Outra epidemia importante é a que dizimou os povos indígenas nas Américas. Quando os europeus chegaram ao Novo Continente, trouxeram consigo doenças desconhecidas dos nativos, como a varíola, o sarampo e a gripe. "As pessoas não dão muita ênfase a essa epidemia porque ela foi progredindo e durou um grande período de tempo. Mas entre os séculos 16 e 19, essas três doenças mataram mais de 80% da população indígena do continente", afirma Stefan.


Também entra no ranking de epidemias mais mortais a da gripe espanhola, que surgiu em 1918. "Há polêmica sobre o número de vítimas que o vírus causou. Mas, em dois anos, entre 20 e 40 milhões de pessoas morreram em decorrência da gripe", diz Stefan. Ele conta que a taxa de mortalidade da doença variou muito. Em países desenvolvidos, como nos Estados Unidos, ficou em cerca de 0,5% (muito próxima à da gripe comum), mas em nações como a Índia, até 6% dos infectados morreram. Depois de se espalhar pelo mundo, a gripe espanhola sumiu quando a população desenvolveu anticorpos, deixando de ser suscetível à doença. A partir de então, o vírus sofreu mutações e passou a causar gripes comuns. "Algo similar deve acontecer com a gripe H1N1 (a gripe suína). Ela deve ficar em circulação até o final de 2009 e, depois, as pessoas devem criar anticorpos para o vírus", afirma Stefan.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/fundamentos/quais-foram-piores-epidemias-historia-470236.shtml

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