quinta-feira, 27 de maio de 2010

Mumificação com meus alunos



Para explicar o processo real de mumificação do Antigo Egito e demonstrar os motivos pelos quais permitem um corpo ser preservado sem se decompor, foi simulado o que os antigos egípcios realizavam com uma pessoa, mas utilizando um peixe.

A mumificação iniciou com a separação do material necessário para realizar a experiência: para servir de corpo a ser mumificado foi utilizado um peixe fresco (com escamas), bicarbonato de sódio (substituindo o natrão, substância encontrada no fundo do rio Nilo, a qual era utilizada pelos egípcios durante o processo de criação da múmia), um pote com tampa (que serviu de sarcófago para a múmia), luvas cirúrgicas e máscara. De posse de todo o material necessário, fez-se um pequeno corte no ventre do peixe, retirando todos seus órgãos internos. Foi introduzido bicarbonato de sódio no interior do corte feito no animal, nas guelras, na boca e no fundo do pote, de maneira a não ficar nenhum espaço sem bicarbonato. O peixe foi colocado dentro do pote e coberto totalmente com bicarbonato de sódio, devendo permanecer tampado durante uma semana, para depois desse período o bicarbonato de sódio ser trocado. Finda a segunda semana da experiência, o peixe está desidratado, por conta da ação do bicarbonato e não entrará em decomposição do mesmo modo que o corpo de um ser humano que não tenha passado pelo procedimento.

Maquetes dos meus alunos

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Ode aos professores

Juremir Machado da Silva

Recebi esta pergunta: "Por que o senhor defende tanto os professores?". Achei, inicialmente, a pergunta estranha. Afinal, a resposta sempre me parecera óbvia. Depois, comecei a responder para mim mesmo. Embora seja impossível estabelecer objetivamente um ranking de profissões, eu acho o trabalho de professor o mais importante que existe, especialmente o de professor de ensino fundamental e médio, função que nunca exerci, embora tenha chegado a passar num concurso. Sei da importância dos médicos, dos engenheiros, dos padeiros, dos lixeiros e de tantos outros profissionais. Mesmo assim, considero que o professor é a base de tudo.

Por pensar assim, sempre vejo como injustos e até mesmo absurdos os salários pagos aos professores do ensino público. Não consigo aceitar que qualquer jogador de futebol ruim ganhe mais do que um professor. Esperamos dos professores que eles eduquem os nossos filhos, dando-lhes conhecimentos e valores. Depositamos enormes esperanças na atividade desses mestres de poucos recursos e muita perseverança. Cobramos muito. Pagamos pouco. A desculpa é sempre a mesma: os cofres públicos não comportam salários maiores para uma categoria tão numerosa. Essa explicação sempre me parece fácil, simplória, hipócrita e até canalha. É uma maneira de lavar as mãos. A culpa não é só dos governantes. É da sociedade. Por que não nos organizamos para pagar melhor os professores? Outro dia, na Rádio Guaíba, o senador Paulo Paim nos garantiu que não existe o rombo da Previdência Social. Autorizou-me a chamar de mentiroso quem afirme o contrário. Não perderei a oportunidade.

De minha parte, farei uma afirmação categórica: a sociedade brasileira pode pagar melhor seus professores. Não o faz por não os valorizar suficientemente. Volta e meia, ouço alguém atacar os professores dizendo algo assim: "Se não estão satisfeitos que mudem de profissão". Nunca ouço argumento semelhante aplicado aos grandes proprietários que pedem subsídios aos governos. Os professores viraram saco de pancada. Os governantes empurram com a barriga o eterno problema dos baixos salários. Por toda parte, vejo professores trabalhando duro e ganhando pouco. Ser professor é cada vez mais difícil e bonito. Hoje, além de saber passar informações, é preciso saber educar num ambiente de liberdade. Muita gente tem saudades dos castigos corporais e dos métodos medievais nas escolas. São os mesmos que sentem saudade da ditadura militar e que fecham os olhos para a tortura.

Imagino um leitor conservador dizendo-se que estou empilhando clichês ou fazendo demagogia. Num ano eleitoral, eu espero que algum candidato apresente um plano consistente para a educação. Teria meu voto. Toda hora alguém diz que só a educação muda um país. Para que a educação mude um país, no entanto, o país precisa mudar a sua educação. Um bom começo seria pagar melhor os professores. Eu não me importaria de pagar mais impostos para isso. Pagar impostos pode ser muito bom. Faz bem para a sociedade. Não há serviços sem impostos. Jamais.

Juremir Machado da Silva é jornalista e professor

* Artigo publicado no jornal Correio do Povo, de Porto Alegre/RS, edição do dia 4 de maio de 2010

PROCEDIMENTOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS APLICÁVEIS EM HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA

Hoje pela manhã ocorreu a abertura oficial do curso Procedimentos Didático-Pedagógicos Aplicáveis em História e Cultura Afro-Brasileira, promovido pela UFRGS com apoio do Mec e de cidades da região metropolitana de Porto Alegre. Tenho grande expectativa sobre esse curso, o qual terá duração de abril a dezembro de 2010.

Você também pode gostar

Blog Widget by LinkWithin
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...